Você já pensou alguma vez que os sinais são como mímicas ou como desenhos feitos no ar utilizando as mãos? É bem provável que ao começar a conhecer esse universo todos pensem isso. Neste último artigo da série “Estrutura da Libras”, vamos analisar como a conversação em Libras pode utilizar meios comuns a todos que facilitam o entendimento e a clareza. Estamos falando de sinais icônicos e classificadores.
Quando uma pessoa está sinalizando e usa alguma configuração de mãos e o corpo para descrever de forma mais clara alguma coisa, pessoa ou animal, podemos dizer que ela fez um classificador. Em outras palavras, os classificadores são formas que podem substituir um sinal ou vir junto com ele para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo. Os classificadores são usados para muitas coisas. Eles mostram o tamanho de algo ou de alguém, dão forma a um objeto, determinam a quantidade das coisas ou das pessoas, mostram como manipular algo e assim por diante. Dizemos que os classificadores tornam a compreensão mais clara por que eles trazem muitos detalhes à conversa, tornando o que está sendo dito mais visual e real, além de deixar o assunto mais interessante.
Vejamos um exemplo para entendermos na prática como funcionam os classificadores. Analise a seguinte frase: “Eu amo acordar pela manhã e preparar um belíssimo café da manhã.” Veja no vídeo abaixo uma excelente maneira de transmitir a mesma ideia em Libras utilizando os classificadores. Repare nos detalhes e como é possível evitar fazer um sinal para cada palavra em português.
Exemplo 8: “Eu amo acordar de manhã e preparar um belíssimo café da manhã.”
Muitos classificadores são icônicos porque a aparência deles com o objeto ou com a pessoa são muito semelhantes. É como se fossem gestos diretamente relacionados à imagem do seu significado. Veja exemplos de sinais icônicos no vídeo abaixo:
Exemplo 9: Carro, Casa, Telefone e Pessoa Andando
Não podemos nos esquecer que existem sinais que são chamados de sinais arbitrários, isto é, aqueles que não tem nenhuma semelhança com o objeto real que eles representam. Eles não se parecem com nada, apenas são de determinada forma. De qualquer maneira, utilizar esses recursos numa conversa em Libras – classificadores, sinais icônicos e arbitrários – pode fazer a diferença no nosso dia a dia quando estamos frente a frente com um surdo.